É preciso que eu me lembre
tanto quanto for possível:
desde o pé fora do ventre
todo o tempo foi sofrível.
Os amores renegados,
o dinheiro curto e pouco,
os trabalhos desalmados
e a má fama de ser louco.
E por isso uma tristeza
sempre perto e junto a mim
- sempre junto à gentileza
dos que querem o meu fim.
Oh! pessoas que notaram
os tristonhos olhos meus
e tampouco se importaram
- digo adeus, adeus, adeus.
Oh! pessoas que fizeram
do meu pranto os risos seus
e tão triste me quiseram
- digo adeus, adeus, adeus.
Adeus homens! Conseguiram
colocar-me contra Deus!
Faço agora o que pediram...
...deixo apenas esse adeus.
31 de outubro de 2011
30 de outubro de 2011
A sua amizade
Eu não sei por qual motivo
permaneço firme e forte
ao seu lado e ainda vivo
se você me leva à morte:
não lhe ter é quase ser
um cadáver, um defunto
- preferível, então, morrer
e encerrar de vez o assunto.
Eu não sei se você sabe:
você tem meu coração.
Devo, agora, ver se cabe
esse amor em um caixão?
Eu pergunto, me desculpa,
pois não sinto que me queira...
...resta, então, não sinta culpa,
dar-me à morte verdadeira.
Se os meus olhos não conseguem
junto aos seus firmarem laços,
peço aos deuses que me ceguem
e fim ponham aos meus passos!
Nada, nada vale à pena
se não vamos ficar juntos!
Quero, então, sair de cena
- ser amigo de defuntos.
permaneço firme e forte
ao seu lado e ainda vivo
se você me leva à morte:
não lhe ter é quase ser
um cadáver, um defunto
- preferível, então, morrer
e encerrar de vez o assunto.
Eu não sei se você sabe:
você tem meu coração.
Devo, agora, ver se cabe
esse amor em um caixão?
Eu pergunto, me desculpa,
pois não sinto que me queira...
...resta, então, não sinta culpa,
dar-me à morte verdadeira.
Se os meus olhos não conseguem
junto aos seus firmarem laços,
peço aos deuses que me ceguem
e fim ponham aos meus passos!
Nada, nada vale à pena
se não vamos ficar juntos!
Quero, então, sair de cena
- ser amigo de defuntos.
A chuva
A chuva que cai
nos carros da rua
apenas distrai
- mas nunca atenua -
os meus pensamentos,
os meus sentimentos,
os meus sofrimentos.
Quem sabe chovesse
nos meus sentimentos
e a chuva entendesse
de padecimentos!
À chuva eu diria
- socorro, socorro!
Não passa um só dia
que aos poucos não morro!
Oh! Chuva bendita
que cai sobre as flores,
escuta e acredita:
sou feito de dores!
Oh! Chuva partida
em gotas e gotas,
minh'alma maldita
de pérolas rotas
deseja deixar-se
em queda final
e, assim, acabar-se
feito um temporal
que faz da tormenta
de ventos mais águas
a voz por qual tenta
matar suas mágoas!
nos carros da rua
apenas distrai
- mas nunca atenua -
os meus pensamentos,
os meus sentimentos,
os meus sofrimentos.
Quem sabe chovesse
nos meus sentimentos
e a chuva entendesse
de padecimentos!
À chuva eu diria
- socorro, socorro!
Não passa um só dia
que aos poucos não morro!
Oh! Chuva bendita
que cai sobre as flores,
escuta e acredita:
sou feito de dores!
Oh! Chuva partida
em gotas e gotas,
minh'alma maldita
de pérolas rotas
deseja deixar-se
em queda final
e, assim, acabar-se
feito um temporal
que faz da tormenta
de ventos mais águas
a voz por qual tenta
matar suas mágoas!
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