4 de março de 2012

A gravidade

A gravidade
- que a tudo derruba -
não gosta de prédios,
não gosta de pedras
e nem de pessoas.
Odeia a tudo que nao se transforma
e não se apieda de vivos ou mortos.
A gravidade
- que a tudo derruba -
odeia a quietude das coisas paradas,
assim como odeia o silêncio e a paz.
Ela quer movimento
- eterno e constante -
como um dilúvio que ocorre
de gota em gota.
Ela é incansável, inexorável e incontornável,
e mais cedo ou mais tarde consegue o que quer.
A gravidade
- que a tudo alcança e a tudo derruba -
atua em silêncio
ou em qualquer decibel.
Nao teme alturas,
nem velocímetros,
nem convenções.
Ela move as coisas
e move as gentes
sem pressa,
sem medo
e sem se importar
se agrada ou incomoda.
Nao quer ser entendida.
Nao quer ser aplaudida.
Nao quer ser percebida.
Ela é - e apenas é -
uma força presente,
onipresente
e eficiente.

25 de janeiro de 2012

Ela

Onde quer que você esteja,
eu sei que também estou,
que também estamos
e que também estima,
estoura,
estala,
exala,
exclama
a estupenda estória de um amor que existe
(e)terno.