20 de julho de 2008

Criatura

Eu conheço tua cara,
Eu conheço tuas mãos,
Eu conheço tua fala,
teus amigos, teus irmãos.
Eu conheço tua casa,
Eu conheço teus andados,
Eu conheço teu destino,
teu presente, teus passados.
Eu conheço tuas fugas,
Eu conheço tuas falhas,
Eu conheço tuas rugas
e também tuas batalhas.
Eu conheço teus amigos,
Eu conheço teus enganos,
Eu conheço teus afetos
e também sei de teus planos.
Eu conheço tua letra,
Eu conheço tua sorte,
Eu conheço tua vida
(sei também da tua morte).
Eu conheço o que te inflamas,
Eu conheço o que contestas,
Eu conheço o que tu amas
e também o que detestas.
Eu conheço teus desejos,
Eu conheço teus amores,
Eu conheço tuas pedras
e também as tuas flores.
Eu conheço teus olhares,
tuas lágrimas...conheço!
E também ao respirares
teu suspiro Eu reconheço.
Eu conheço-te completo,
Eu conheço-te desfeito,
Eu conheço-te pretérito
e também mais-que-perfeito.
Ah figura inacabada,
transparente criatura:
Eu conheço teus defeitos
e também tua formosura.

2 comentários:

Paula disse...

Olá Léo
não ha como negar que você tem um talento e tanto para essas coisas
parabéns
sucesso

Marcelino disse...

Pô, cara, tu sabes mesmo prender-nos até o final de um texto de extensão considerável, mas não cansativo. Ele poderia, a meu ver ser dividido em estrofes, eu li e percebi essa possibilidade, mas o ritmo quem dá é o poeta, a partir de decisões que lhes são próprias, e o poeta neste caso és tu. Parabéns!