Eu não esqueci
o bem que você me fez.
Nem quanto eu errei
sem saber que errava.
Eu não esqueci.
Aprendi,
inclusive,
que há erros que ensinam,
há erros que esmagam.
Você
desenhava
o sol,
e
eu
o
escurecia.
Você
desenhava
o
céu,
e
eu
o
enegrecia.
Você
desenhava
a
luz,
e
eu
a
obscurecia.
Você
desenhava
a
lua,
e
eu
a
eclipsava.
Você
desenhava,
e
eu
apagava.
Eu não estava pronto.
Eu não estava pronto.
Eu não estava pronto.
Eu não estava pronto.
E,
agora,
eu me pergunto:
existirá perdão
para quem não se perdoa?
3 comentários:
Esplêndido (:
A princípio eu não estava atinando para a razão da disposição de versos monossilábicos no interior do texto, depois eu saquei que tu, com esse artifício, estavas inprimindo um ritmo cuja pausa expressa a angústia de quem errou em relação a uma pessoa benquista, por isso a pausa palavra por palavra, em ritmo descendente. Muito bom!
Agora são outros olhos que olham pra tudo isso, porém de uma maneira não mais aérea e sim profunda e compreensiva.
:)
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