28 de novembro de 2011

À distância

A semente que plantaste
no meu peito germinou...
...mas se não se interessaste
pelo fruto - a quem o dou?

Tenho sonhos e quimeras
semeados em meu peito
- quem me deras, quem me deras
do teu peito eu ser o eleito!

Mas se eleito não me queres
em teu peito impenetrável,
posso amar-te, se quiseres,
à distância razoável:

a distância das estrelas
não me impede de saber
que, apesar de nunca tê-las,
vê-las basta ao meu viver!

Um comentário:

Marcelino disse...

Fenomenal esta última estrofe, Léo. Sintetiza o querer que está para além da correspondência, o amara só por amar, desapegadamente, sem necessidade de respostas, pois estas já se encontram no próprio peito amador.