A semente que plantaste
no meu peito germinou...
...mas se não se interessaste
pelo fruto - a quem o dou?
Tenho sonhos e quimeras
semeados em meu peito
- quem me deras, quem me deras
do teu peito eu ser o eleito!
Mas se eleito não me queres
em teu peito impenetrável,
posso amar-te, se quiseres,
à distância razoável:
a distância das estrelas
não me impede de saber
que, apesar de nunca tê-las,
vê-las basta ao meu viver!
Um comentário:
Fenomenal esta última estrofe, Léo. Sintetiza o querer que está para além da correspondência, o amara só por amar, desapegadamente, sem necessidade de respostas, pois estas já se encontram no próprio peito amador.
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