31 de outubro de 2011

Adeus

É preciso que eu me lembre
tanto quanto for possível:
desde o pé fora do ventre
todo o tempo foi sofrível.

Os amores renegados,
o dinheiro curto e pouco,
os trabalhos desalmados
e a má fama de ser louco.

E por isso uma tristeza
sempre perto e junto a mim
- sempre junto à gentileza
dos que querem o meu fim.

Oh! pessoas que notaram
os tristonhos olhos meus
e tampouco se importaram
- digo adeus, adeus, adeus.

Oh! pessoas que fizeram
do meu pranto os risos seus
e tão triste me quiseram
- digo adeus, adeus, adeus.

Adeus homens! Conseguiram
colocar-me contra Deus!
Faço agora o que pediram...
...deixo apenas esse adeus.

Um comentário:

Marcelino disse...

Aqui no Maranhão, temos um escritor que, apesar de ser paraibano, é elencado como um dos grandes nomes da literatura maranhense moderna. Trata-se de José Chagas. Há alguns anos ele publicou um livro de poemas, "Apanhados do chão", em homenagem a São Luís e seus versos são todos nessa métrica tão benquista por ti: os versos de sete sílabas.
Parabéns, poeta.