2 de maio de 2008

Por que não voltas?

Por que não voltas, oh produto do Destino?
A casa espera-te, teus doces prediletos...
As coisas tuas no teu quarto de menino
estão sofrendo em tua falta o desafeto.

Por que escolheste o que os teus olhos escurece?
O vento sopra-te os cabelos nesses ares?
A mãe sozinha que deixastes não te esquece
- amigos mais fizestes assim noutros lugares?

Antes pudera em teu lugar eu ter partido
e às vezes vejo-me em busca do caminho,
como se eu fosse em busca do não discutido
a Deus pedir que em teu lugar fosse eu sozinho.

Por que não voltas, oh dos brilhos os lampejos?
As coisas tuas não te querem desse lado...
...entregue a Deus o teu carinho nos teus beijos
e volte à casa de teu pai desconsolado.

2 comentários:

Léo Abrão disse...

Escrevi essa poesia em junho de 1993. Eu tinha 19 anos e lembro-me, exatamente, o momento em que a produzi. Eu estava na biblioteca da UFU, no campus Sta Mônica, sentado à janela. Não sei por qual motivo, comecei a pensar na história de um menino que se suicida e em como seu pai, em especial, sofre com a sua partida. De tudo o que já escrevi, tenho um carinho especial por esse poema - em função do que imagino em relação ao pai que sofre: e volte à casa de teu pai desconsolado...

Anônimo disse...

Léo, quando li este poema me veio à mente a situação de quando filhos deixam suas casas...você conseguiu, maravilhosamente, expor de forma viva como é o sentimento de um pai na ausência de seu filho, e com certeza, como a saudade se expressa...
Parabéns mais uma vez!