27 de abril de 2008

Às letras

Das lembranças dos meus sonhos,
agradáveis ou medonhos,
não consigo te esquecer...
...fecho os olhos um segundo
e das coisas desse mundo
só consigo ver você.
Tenho tido pesadelos
que se alguém pudesse vê-los
mandaria me prender:
sonho vendo-te amarrada,
constrangida, raptada,
obrigada a me querer!

Lembro as várias tentativas
cuidadosas, criativas
que arrisquei pra te vencer.
Eu sorria gentilmente,
com poemas e presentes,
mas você não quis saber!
Graciosa me dizia
Adorei - Ah...eu tremia
de pavor com esse clichê.
Mas também achava graça
da tragédia, da desgraça
da minha vida sem você.

Ah...inútil esperança,
que idiota, que criança,
que iludido teimei ser!
Fiz de sons literaturas,
de poemas partituras,
mas, meu Deus, em vão - por que?

Hoje tenho muitos anos,
medos, mágoas e enganos
e outros tantos para ter...
...sempre aos homens darei cenas,
sempre às letras mais poemas
de tristeza e de sofrer.

3 comentários:

N. Moscardi disse...

Eu gostei mesmo ! Gostei também de outros, mas quanto a esse último poema teu, o "Às Letras", só posso dizer que descreve o que muitas vezes passei. É um assunto delicado, e gostei de como você o expôs.

Fiquei feliz que tenha conseguido sintetizar uma coisa que acontece não só a mim, mas que já aconteceu com você e tantas outras pessoas.
Pode deixar que passarei sempre por aqui e continuarei escrevendo !
Um abraço e um beijo. =-P

E ah, vou trocar a foto daqui, talvez ajude no reconhecimento...

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Voltar aqui é sempre muito bom, que bela poesia, toca fundo na alma.SE não fizeres objeções vou mandar esta poesia para minha filha.Um abraço
aproveito para dizer que fiz postagem nova, se tiveres tempo passa lá, será sempre bem vindo.
marthacorreaonline.blogspot.com

Anônimo disse...

Companheiro!!!! Mto bom esse poema ... assim como os outros, os textos e tudo mais que vc escreve. Mas não sei o por quê, mas esse me chamou a atenção em especial. Vai ver tem algo a ver com os nosso idos de 1800ebolinha no Além Mar?!?!
Axo que temos que levar a idéia do livro mais a sério hein cumpanhero, afinal, publicar um livro em 2008 deve ser um bocado menos complicado que no século XIX!!!
Inté e um abraço

H.