2 de fevereiro de 2009

Após você

Mesmo que Deus todo o meu sangue envenenasse
e assim secasse todo, e enfim, meu coração,
e me dissesse - “Viveria se parasse” -
eu Lhe diria - “Meu Senhor, Te digo não”.

Mesmo que Deus aponte a mim a mão da Morte
e da Desgraça se Sua voz desobedeço,
me faço surdo, cego os olhos, perco a sorte,
mas não te esqueço, não te esqueço, não te esqueço!

Mesmo que Deus me condenasse ao mal eterno
e me fizesse prisioneiro de outras chamas,
as labaredas, eu diria, de outro inferno,
não são tão quentes como o peito de quem ama!

Mesmo que Deus desse-me vida fora desta
caso eu quisesse e se eu pudesse te esquecer,
nessa outra vida - não tão longe do que resta -
eu passaria, morreria sem viver:

não existe vida se não vive-se ao teu lado,
não existe tempo que me faça te esquecer,
não existe nada que do nada foi criado,
não existe vida para mim após você.

3 comentários:

N. Moscardi disse...

Poxa vida. Agora eu fiquei com vergonha. Hahahahahaha

Versos maravilhosamente excelentes ! :)

Um beijo

Fred disse...

O bom Léo está de volta. Adorei "Após você". Um abraço

Victor Belafonte disse...

Fabuloso;
parabéns Léo.