25 de fevereiro de 2009

Irreversível

Nem as botas dos soldados alemães,
em França,
nem as botas do astronauta americano,
na lua,
fizeram o tempo parar.
Esse,
senhor do senhor do senhor dos senhores,
não sabe o que é bom,
não sabe o que é mal,
não sabe o que é belo,
amável ou repugnante.
Sabe,
apenas,
soberba e soberanamente,
que todas as coisas
- inexoravelmente -
ocorrem como

prenúncio,
preâmbulo,
prelúdio

do único e inevitável fim a que tudo se dirige:
a divinização do homem.

Um comentário:

Marcelino disse...

E infelizmente essa divinização dá-se hoje muito mais pela supervalorização desse conjunto de botas assassinas em pés de guerra e dessas aventuras interplanetárias e bilionárias, que por gestos simples como estender a mão a um irmão. Teu texto está muito bom, mas eu me amarrei mesmo foi nesse do dia 20 (sabes,sabes,sabes)bem urdido, legal.