10 de agosto de 2009

O que mais eu tenho feito

O que mais eu tenho feito,
por virtude ou por defeito,
nesses meses como agosto,
por querer ou a contragosto,
é parar em cada canto
- tanto rindo, quanto em pranto -
e pensar na nossa história
de tristezas e de glória,
de certezas e de encontros,
e também de desencontros,
mas que é nossa e verdadeira,
em suas partes, por inteira,
no que tem de sofrimento
e também contentamento.

O que mais eu tenho feito,
como escravo do meu peito,
nesses meses como agosto
- veja as marcas no meu rosto -
é pensar na nossa história
(tenho tudo na memória
e também no coração)
desde quando com seu não,
eu senti dentro de mim
o universo dando um sim
aos meus planos - devaneios -
de morar dentro dos seios
de quem, com ou sem razão,
me roubasse o coração,
merecesse os meus esforços,
apagasse os meus remorsos,
desse luz a minha lida
e sentido a minha vida.

O que mais eu tenho feito,
por amor e por respeito
a você e a nossa história,
é querer que a palmatória
dê um jeito - solução! -
ao meu tolo coração,
para sempre e nesse agosto

- onde há tolos, tenho um posto -

por que não mais me é possível,
tenho sido tão sofrível,
já não posso mais com nada,
minha vida andava errada
e da mesma eu quase quis
desistir - mas não, não fiz -,
e por não ter desistido

- por você ter conhecido -

é que o mais que tenho feito,
com amor e do meu jeito,
nesse agosto, nesses meses,
quase sempre, várias vezes

(muito mais do que imagina
sua mente de menina
pura e ingênua como um anjo)

é dar jeito, dar arranjo,
ao desejo imensurável,
infinito e inexorável
de formarmos um casal,
invejável, imortal,
como nunca outro existira,
não importanto quem eu fira
ou machuque para tanto
(o meu rosto vive em pranto).

Entra agosto, passa agosto

- minha vida é só desgosto -,

sua distância me maltrata
e por mais que ainda bata
em meu peito um coração,
sem você fico sem chão,
o meu céu não tem estrelas,
e, se tem, não posso vê-las,
pois me sinto comprimido,
incompleto, combalido,
não existindo ao meu redor
nada para o meu melhor.

Só seus olhos me comandam

- onde estão, por onde andam? -

eu não posso mais sem eles,
tudo em mim, ou mais, é deles,
não consigo não revê-los,
fecho os olhos, posso vê-los,
e por isso eu lhe suplico
- ouça bem, eu não claudico:

volte, amor, para os meus braços,
volte, amor, a fazer laços,
mais correntes de nós dois
- e mais nada eu tenho pois
a pedir, senão, perdão,
mil perdões, mais um milhão
de perdões se preferir,

mas não queira mais partir!

Não me deixe ver a morte,
sem resposta, sem a sorte
de saber pela sua voz
que, você, também, por nós,
o que mais anda fazendo
é pedir - quase morrendo
de saudades de nós juntos -
que Jesus não tenha assuntos
mais prementes que nós dois,
que não deixe pra depois
os Seus planos de fazer
de nós dois um novo ser:

um ser pleno, indivisível,
belo, eterno e irreversível,
um ser mais do que perfeito
como o mais que Ele tem feito,
para quem O tem em mente,
por amor e simplesmente.

Um ser feito desse amor,
puro e livre dessa dor,
puro e livre dessa pena
que não cabe no poema...

...ouça, amor, meu bem, socorro!
Sem você não vivo, morro!
Sem você meu tempo jaz!
Sem você não tenho paz!

4 comentários:

Luciana disse...

Meu Deus! Parece um desabafo, e dos bons!
Amei

Isabela... disse...

Foi a coisa mais encantadora q já li!
Você sabe expressar certos sentimentos de uma forma tão bonita!
Parabeens!
Parabens pelo blog!
Saudades de vc!
;-)

Marcelino disse...

Gosto desses poemas "de fôlego" em que o poeta não se perde, nem deixa o leitor se perder, parabéns. Mineiro, vc está se especializando em fazer textos gostosamente rimados, mas não simplórios (note-se bem!). Maior barato esse "claudico", agora vai no editar postagens e corrige o remorsos. Um abraço!

Luiz Fernando disse...

mto bom léo :D