5 de março de 2008

Último soneto

Descansam, meu Senhor, sobre o Teu peito,
as asas do meu amor, meu pensamento...
Enquanto eu por aqui procuro um leito,
descansa em colo Teu meu desalento.

Amei, sabe o Senhor, descontrolado,
e amei com todo o corpo a coisa amada,
e a mente, ah como amou, despreocupada,
o amor que o coração tornara amado!

Agora, oh meu Senhor, busco em meu quarto
um leito - eu vou sozinho, agora eu parto -
e enfim, peço ao Senhor que apenas chame

a mim - que apenas quero senão amar-Te,
e assim, que o coração morra de enfarte,
e a mente, inconsequente, de derrame.

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