25 de março de 2008

Rosa

Detestam-te as mulheres invejosas,
as loucas, indecentes, desvairadas,
as santas, meretrizes, corajosas
e as tantas solitárias namoradas.

Desejam-te os notáveis cavalheiros,
os pobres, promissores, milionários,
os músicos, poetas, engenheiros
e os muitos desposados solitários.

Dispensam-te os malucos infelizes,
narcisos, insensatos, insensíveis,
os tantos de esperanças desalmadas;

inspiram-se letristas e escritores,
artistas, desenhistas e escultores,
nas tantas formas tuas lapidadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rosa: flor ou mulher, flor e mulher. Quando se imagina que já se disse tudo a respeito delas, ali vem algo novo, dizendo as mesmas coisas mas de maneira inédita. Fazer poesia é surpreender, é construir o inesperado. Belíssimo soneto.

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